Depois de um almoço pautado pela boa disposição, sentaram-se novamente
no sofá; contrariando os receios de A., a conversa entre eles brotava
facilmente, ambos esqueceram os seus principais temores, juntos sentiam-se
felizes como há muito tempo não conseguiam ser.
- Sentes-te bem? - Perguntou N., fazendo-lhe uma festa na cara.
- Sim, contudo, é inevitável não pensar que isto acabará dentro de algumas
horas e terei de voltar à realidade.
- Não penses nisso agora, quando disseste que vinhas, combinamos que iríamos
passar um dia divertido, que eu te faria rir muito e não estarias triste em
momento algum. Eu faço de palhaço se for preciso para que te rias.
- Não precisas de te esforçar, olhar para ti é suficiente.
- Ai é? - Puxou-a para o colo e encheu-a de cócegas. A. tentava controlar o
riso mas era impossível, sentiu que naquele lugar ou onde ele estivesse estaria
sempre bem e teve medo desse sentimento. O que ela não sabia é que ele sentia o
mesmo.
Entre gargalhadas e gritinhos abafados, os seus lábios ficaram próximos, quando
olharam dentro dos olhos um do outro não puderam esconder, a sintonia era a
mesma, ambos queriam render-se e afundaram-se um no outro.
A. prendeu com as pernas o corpo de N., que entre beijos e carícias a levou até
à cama na divisão ao lado.
Atirou-a de encontro à cama e deliciou-se com a visão de uma gata que se
enroscava de tesão. De joelhos, observou-a, atentamente, ela sentou-se na cama
e puxou-o pelo colarinho da camisa, agarrando-lhe o cabelo desalinhado encostou
os lábios ao seu ouvido e desafiou: "Esta é a tua grande oportunidade,
sempre disseste que sabias do que és capaz, só precisavas que te deixassem
prová-lo", N. sorriu e não lhe deu oportunidade de desistir, agora era
dele e faria de tudo para se satisfazer daquela mulher.
Um a um, com cuidado, desabotoou os botões dos jeans dela, esperava o seu
consentimento, quando ela cerrou os olhos, deixou-lhe as pernas a descoberto e
ficou a observar com atenção. Passou as mãos pelas pernas nuas que perscrutou
de seguida com beijos suaves. Quando ela se apercebeu estava completamente
despida na mira dele e olhava-o nos olhos, à espera do primeiro sinal de
arrependimento dele que demonstrou precisamente o contrário ao iniciar o
caminho de beijos precisamente na direção inversa, iniciando na covinha do seu
pescoço até que atingiu o seu sexo húmido, quente, pronto para o receber. Ao
sentir a excitação de A., ficou ainda mais louco, enquanto a estimulava sentia
o corpo dela contorcer-se, podia ficar assim para sempre, a ouvir a sua
respiração ofegante e os seus gemidos. Mas ela estava ansiosa, não queria ter
um papel passivo naquela luta, delicadamente empurrou-o de encontro à cama e
agarrou no seu sexo duro numa fome avassaladora engoliu-o enquanto N. revirou
os olhos, a sua língua deslizava em movimentos rápidos e os seus lábios tinham
um aspeto ainda mais delicioso à medida que adquiriam a mesma tonalidade
de um morango, e aquele olhar pervertido que lhe lançava enquanto fazia o membro
pujante entrar e sair da boca, sentia-se invadido por um prazer inexplicável
mas queria mais, queria ser parte dela, como sentia que ela já fazia parte
dele, preenche-la não de uma forma vazia de sentimentos como se habituara a
fazer nos últimos tempos mas com a força dos que nutria por ela, talvez ainda
não fosse amor mas corria o risco de ser em breve. Passou-lhe a mão pelo rosto
e delicadamente puxou-a para si, A. adotou uma postura dominante e ondulava o
corpo como uma cobra perigosa, N. corria o risco de não aguentar mais, quando
os seus corpos latejantes se fundiram ambos soltaram um gemido profundo, os
movimentos dela eram mais céleres, ela sabia onde queria chegar, mas ele jamais
permitiria que fosse assim, ele tinha de saber como era dominar uma
controladora; os dois de joelhos, beijavam-se com fúria, uma necessidade
avassaladora, N. passou ao redor do corpo dela, quedando-se mais uma vez a
observá-la, quando tinha as costas dela viradas para ele começou por percorrer
com a língua a sua coluna vertebral, passou a mão pelos cabelos dela e
tapou-lhe a boca, com a outra mão tocou no seu clítoris endurecido e ela
começou a ceder, o seu corpo parecia estar acometido por pequenos choques, ela
dobrou-se sobre a barriga e ele aceitou o convite, sabia que não podia parar
aquelas investidas até explodir de prazer, agarrava-a pela cintura e continuava
naquele ritmo que quase a conduzia à loucura, ambos sabiam que se estava a
aproximar o clímax, era partilhado o frenesim de tesão.
Quando sentiu o sexo
latejante jorrar dentro de si também ela atingiu outro orgasmo e outro...
Deixaram-se ficar em silêncio, tentando recuperar da sofreguidão que os
acometera. Por instantes, o mundo tinha acabado e restaram somente os dois.
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